O DIA DO POVO

E a seca que perdura

Não esgota a paciência dos moradores

Daquelas paragens há muito sofrida

Pela aridez que se renova à séculos.

Do espertalhão se espera tudo

Menos a honradez da verdade

Tal qual criança criada amiúde

Nem um pedaço de bons modos

Àquele que não teve dos seus

O espelho do exemplo esperado.

E do cadafalso outro vivente

Exposto ao espetáculo mórbido

Olhares curiosos e famintos olham

Sem saber que aquele que parte

São eles no amanhã próximo.

De dedo em riste

Aponta o ditador àquele que condena

Sem apelação prevista em código

Cumpra-se a sentença.

E chegada à hora do povo

Sem ingresso ou cambista que seja

À guilhotina rei e rainha foram levados

E pelas mãos do povo sucumbiram aos gritos

Da França espalhou outras bandas

E tal gesto foi imitado.

E disso tira-se uma lição

Que não se engana ao povo

Para não ser julgado.

silvio lima
Enviado por silvio lima em 30/08/2009
Reeditado em 30/08/2009
Código do texto: T1782284
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