O Galo Mimoso

Do Oiapoque ao Chuí

ninguém uviu falá

istóra máis marcante

qui a qui vô lhes contá:

Sucedeu há muito tempo

no sertão do Seridó,

terra de cabra macho

quinem todos de Caicó.

P’ru ironia do distino

o nomi dele era Mimoso,

máis de manso num tinha nada

apois quiera valente e foigoso.

Muito franzino de corpo

máis ligêro de pernas e asa

muita gente ele enxotava

de vorta pra suas casa.

De suas proeza

seu Véi César se encantava

e dona Formosa, feliz,

num sabia se ria ô chorava.

Nenhum bicho ô gente

cum ele tinha vêis,

apois o penudo era fio

de galo carijó e galinha pedrês.

Seu Juca, Vaca Véia,

Marreta e Besourão,

sempre assustados, gritavam:

prende o galo, Torrão!

Amorosa, paciente, acudia

Pegóba, que aguniado isclamava:

Num tenho medo de assombração

e muito meno de alma penada!

Máis veio um dia um falatoro

qui a todos ismoreceu:

Minha gente!, Mimoso sumiu!

foi cumido por Zé Bedêu.

NOTA DO AUTOR:

História baseada em fatos reais. Acreditem!