INEXPLICÁVEL
Foi um bilhete, apenas algumas frases,
Deixou uns beijos, nenhuma explicação,
Como haveria de ter? Como querer morrer?
Morrer de verdade, nada mais..., apenas morrer.
Seria uma dor inconsciente, euforia inconsistente?
Assim, após uma poesia, umas baforadas,
Um gole de virada e pronto, na hora marcada,
Um suspiro uma lágrima e mais nada...
Foram trinta e três anos pouco ou quase nada,
O que se cria num tempo desses, muita coisa,
Mas não é tempo que se tenha para desejar uma morte,
A própria morte, pior, empreende-la, friamente,
Simplesmente morrer diante da tela.
Apesar da distância, meio metro, a distância,
Do MSN ao real de uma estrada, nada...
Foi-se de repente, bem ali na minha frente,
Moça maluca, suicida romântica,
Morreu no terceiro verso, sem nenhuma rima,
Apenas um gole de virada, foi-se a jovem namorada.
Assim era conhecida, um apelido simpático,
Morreu a jovem namorada.
 
PS. Uma jovem de 33 anos suicidou-se em frente ao
computador semana passada, deixando um recadinho
de despedida. Não se explica não se expressa, não se
entende.