MÓBILE
E queixam os obtusos agentes da escuridão
Desconhecem as luzes daqueles que labutam
E produzem os utensílios diários e lembram
O dia da partida esperando a chegada.
Aos néscios as migalhas atiradas aos montes
Das praças em passeata a multidão sai
Dos pulmões às altas vozes as palavras jorram.
Outrora as manhãs brilhantes
Nas esquinas à escola futuros adultos iam.
E sabem o que pensam os bajuladores?
Da servidão a que se prestam prêmios
Almejam em altas contas.
Meditabundos homens caminham
Sem razões palavras não dizem
E olham ao redor outros homens vêem
Aqueles que antes deles aqui passaram
Se lutas travaram não se sabe
Apenas e tão somente se conhece
Os fatos, os atos e os momentos
Que em letras deixaram.
E lá nada escondem da Grécia antiga
Ensinamentos mitos e que tais
Ulisses até que em terra natal aportou
Penélope deu fim ao xale
E nova cerimônia se celebrou.
Hoje em séculos já contados
Daqueles que só temos das narrativas
Cabe-nos somente o interesse
Em aprender os ensinamentos
Por eles há muito deixado.
E ficamos aqui caros amigos
Na esperança de ter absorvido
Senão tudo como queríamos
Do pouco do que somos capazes
Já nos alegra pois dedicados fomos.
E sabemos que o que brota em terra firme
Se regado com presteza e dedicação
Inda que chova pedra ou não chova mais
Haverá nos que virão
Um pouco dos que antes aqui passaram
E plantou uma semente que fosse
E cresceu como queriam os antigos.
Assim é o ensinamento que perpetua
E perene fica a outro que chega
E passa quem a frente vai
Porque conhecimento retido não é conhecimento.