MÓBILE

E queixam os obtusos agentes da escuridão

Desconhecem as luzes daqueles que labutam

E produzem os utensílios diários e lembram

O dia da partida esperando a chegada.

Aos néscios as migalhas atiradas aos montes

Das praças em passeata a multidão sai

Dos pulmões às altas vozes as palavras jorram.

Outrora as manhãs brilhantes

Nas esquinas à escola futuros adultos iam.

E sabem o que pensam os bajuladores?

Da servidão a que se prestam prêmios

Almejam em altas contas.

Meditabundos homens caminham

Sem razões palavras não dizem

E olham ao redor outros homens vêem

Aqueles que antes deles aqui passaram

Se lutas travaram não se sabe

Apenas e tão somente se conhece

Os fatos, os atos e os momentos

Que em letras deixaram.

E lá nada escondem da Grécia antiga

Ensinamentos mitos e que tais

Ulisses até que em terra natal aportou

Penélope deu fim ao xale

E nova cerimônia se celebrou.

Hoje em séculos já contados

Daqueles que só temos das narrativas

Cabe-nos somente o interesse

Em aprender os ensinamentos

Por eles há muito deixado.

E ficamos aqui caros amigos

Na esperança de ter absorvido

Senão tudo como queríamos

Do pouco do que somos capazes

Já nos alegra pois dedicados fomos.

E sabemos que o que brota em terra firme

Se regado com presteza e dedicação

Inda que chova pedra ou não chova mais

Haverá nos que virão

Um pouco dos que antes aqui passaram

E plantou uma semente que fosse

E cresceu como queriam os antigos.

Assim é o ensinamento que perpetua

E perene fica a outro que chega

E passa quem a frente vai

Porque conhecimento retido não é conhecimento.

silvio lima
Enviado por silvio lima em 28/08/2009
Reeditado em 28/08/2009
Código do texto: T1778769
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