Assim Seja

A valer, a poesia toca o fundo

Invade as artérias, cede em barrancos

Brota das angústias enoveladas com amplitude

Absorve a extinta e inegável arte.

No afã de uma manhã indúbia

Ou na certeza de uma noite esplendorosa

A poesia se enriquece

Acomoda-se na sinceridade

Para explodir em luxúrias como gases nobres.

Esvai-se em ternuras mais tênues

Que as de outrora

E confirma a excelência.

A chave única do segredo gordo

Um farol aceso a judiar das velhas

Que as Zélias ou Marias não mais

Se surpreenderiam

Se injetassem o prefácio de lavadelas

Em suas vísceras cépticas.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 17/06/2006
Código do texto: T177489
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