PROCESSO
Serão as mentiras verdades inventadas?
E as verdades não reveladas
Segredos transformados em mentiras futuras?
Serão todos fantoches no picadeiro da vida
Que se encanta e desencanta na encenação diária
E passados o tempo sem platéia será
Ao fim da existência desvendados
Por alguém que descobrirá num baú velho
Corroído por cupins testemunhas oculares das
Paixões e desejos nunca antes realizados?
Saem às ruas os incautos e desatentos transeuntes
Cumpridores de projetos alheios e não compartilhados
Os resultados esperados não contemplam a planilha
E a camarilha comemora num restaurante próximo.
Para que servem os prêmios senão um meio apenas
Ao fim da maratona o primeiro ao podium sobe
E na testa o piscar de flashes prateados
A manchete de campeão a página trás.
E folheiam os catálogos as madames
Dos andaimes ao longe se avista
De tijolo a tijolo tudo se transforma
E grande se faz a cidade.
Metrópole qual dragão pronta a engolir
O incauto camelô que grita seus produtos
Originais ou falsos não importa
É a moda que dita comportamentos.
E os ditos outrora transformados
Nas camisetas juvenis sem saber
O que dizem tais letras de quem eram
Se filósofo ou mesmo um poeta
Verdades, mentiras ou só pensamentos
Que tornou o homem no que é.
Um ser que anda e lamenta
Porque pensa, ama, odeia e sorri
Que afaga, maltrata e cura
Todos eles os homens como vive
Um dia e outro e outro mais.