Estar só!

Momento do tudo,

fração do nada,

sentido do mundo,

prazer do sádico,

mistério profundo.

Sei que da vida muito levarei,

pois do nada, do só, buscarei,

a razão de viver do poeta,

da vida do louco,

do muito e do pouco.

Buscarei na poesia o motivo do tudo,

a essência do nada,

a alegria do mundo,

a angústia do peito,

a certeza de encontrar,

da saudade incontida,

- outra vez - o mistério profundo.

Tenho tudo,

do nada sequer lembrarei!

Desejo tolo e próprio do poeta.

Loucura inata da vida inquieta.

Certeza do tudo,

certeza do nada.

Afinal... na vida, tudo é poesia,

ilusão e ironia.