Rabiscos...
E a terra?...
A lua seresteia o céu da boca... Um instante, e eu... Fico louca.
Nas lacunas do dia, procuro o que dizes ao infinito... Não há no mundo um amor mais bonito.
A Terra serpenteada pelas luzes de estrelas... O solo craquelado pelos dias sem tempero... E o Mar a iluminar o meu travesseiro...
Assim, comendo a vida pelas beiradas... Com tantos pés possíveis pelas estradas... Fotografo o que contas a óleo...
Um porta-retrato rabiscado pelas tuas histórias...
Alguém parte em busca de montanhas... Não de retas...
Alguém parte navegante... Alguém fica mais próximo do que antes...
E os dias rolam soltos nos quadris... A dança anuncia o meu fim...
Movo-me para as encostas que sorrateiras embalsamavam-me... Sarcófago de miragens...
Meu mundo em eterno giro... Nem eu mais acredito em milagres...
Sei apenas que a floresta encantada terá poucas árvores... Apenas arcos que me transformaram em um jogo de espelhos... Outra miragem... Mais uma, entre milhares...
O dito voluntário... O risco nas páginas escarlates... O grifo em voltas e voltas no tinteiro... Até que a folha vire musgo... Plantada entre as heras do meu colo...
E o infinito vira mito... Não há arranques para as rodas do grito... Assim, seresteio feito a lua... Como a comida quase crua... E sigo os dias lentos e manhosos das tuas vontades...
Movo-me em tua crosta... Volto-me para o meu centro... Desfaleço os discursos... E da neve faço anjos... De costas a observar tantos corpos que aparecerão...
Meu mundo gira em uma estrada lenta... E deseja a festa quando as palavras voltarem ao ritmo correto...
Entre as curvas que norteiam meu dia, estão as curvas que o meu coração ultrapassa...
E a vida rola solta no céu da minha boca... Que louca!! Que louca!!
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