Retrato

Eu o odiava, e talvez como ele mesmo disse: “ela continua me odiando!”. O que teria mudado então?, por situações completamente contrárias as minhas vontades o que eram breves conversas a respeito de soberania intelectual (óbvio que por parte dele), passaram a ser “longas” atividades acadêmicas. E o que era uma aversão camuflada, acabou se tornando um grande carinho e respeito por meio do convívio.

Na verdade o que mudou foi minha maneira de ver as coisas. Eu que antes só reparava nos defeitos (que por sinal são inúmeros): metido, arrogante, preconceituoso, e é claro muitíssimo debochado. Agora, prefiro observar a agradável companhia risonha, que por sinal é um belo sorriso, hora metálico, hora não-aparelhado.

Nesse novo momento agradável que se estabelece entre nós nunca tivemos um momento ímpar (até pelo fato de nosso contato ser recente). Mas posso afirmar que tivemos infinitos fragmentos de momentos que recordo como hoje (e ele sabe que lembro exatamente): maravilhosas trufas de branquinho, risadas quando não pode (algumas com direito a fundo musical das mil e uma noites), recados no orkut, conversas virtuais em português certíssimo, ligações coruja a seis centavos o minuto (isso da minha parte, ele liga a cobrar... risos).E para finalizar, o que posso dizer é que toda aquela aversão pode bem ser convertida em uma enorme inveja: invejo a inteligência, a garra, a simpatia, a alegria. Invejo aquilo que não possuo e que de maneira generosa ele aprendeu a dividir comigo. Se um dia odiei de ontem... hoje em diante, adoro esse menino.

** Escrevi esse texto para uma pessoa que considero muito especial. A vida por vários motivos pode afastar as pessoas, mas não destrói os sentimentos...

Beijo de Colombina
Enviado por Beijo de Colombina em 23/08/2009
Reeditado em 26/08/2009
Código do texto: T1770309
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