S Ú P L I C A
Evaldo da Veiga



É uma imagem difusa, 
muita gente e não vejo ninguém.
Um espaço cheio, e sem viva alma...
Cadê você... ?
Busquei identificar algo de  familiar
e não vi nada, ainda...
Estou só, absolutamente só, não sei...
Sinto que ninguém sabe...
Se não sei,  desimporta
 se alguém saiba.
Só o que sabemos nos salva.
Saímos da proteção materna, aquela que,
 em protegendo, assume nossas intenções ,
que ali já são mutiladas.
Nem a mãe interpreta os verdadeiros anseios.
Embora, dispostas a isso,condicionadas,
 programadas...
É necessário mais, desde o início.
Mas se não foi assim, nada de lamentações...
É começarmos agora a busca de sintonia, 
de verdadeira  vida
O encontro homem/mulher é princípio...
Necessidade básica, sem a qual sempre 
haverá frustração,
apesar de todos os êxitos exteriores...
Sem amor cúmplice e camarada,
despenca a vida num processo de 
caída sem interrupção,
até chegar ao fim de tudo, ao destino do nada.
Ah! Começo a ver você, está ali à esquerda
da parte superior, estamos juntos, estamos
 em todos os espaços
Integrados um ao outro, integrados na vida...
Dois em um, carinho, amor e cumplicidade. 


N - Texto produzido a partir da
tentativa de interpretação da tela
acima, do genial e saudoso
Salvador Dali
.

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