É Isso
Delírio insano esse que nos cobre de pó
Quando de anzol na boca desfilamos
Por cima, pelos hemisférios, em cortes sérios
Somos engomados e derretendo, adoecemos nas áureas cinzas
Ziguezagueamos por terrenos e esquifes
Atravessamos com jeito de nobres, os infindáveis desertos de lua.
Somos bactérias do bem, introduzindo, apresentando-se
Estimamos, e boquiabertos, convidamos a aplaudir
Os servos do palácio de sumo ácido a nos cauterizar
A fim de aleijar, matar, assoprar.
Tentamos digerir ilhotas num ístimo, num plágio
Manobras ágeis ressecam e re-hidratam, são frágeis
Somos todos, sementes inativas
Tristes de vida, pobres em lembrança
Mestres de uma contradança delineada e afoita
Apologias nos cerceiam, nos esfriam
Mores sentimentos de mentes quentes e desopiladas de ócio
Vozes e alimentos dementes de entes, decapitados ossos.
Sangram de jarra tinta, o intróito em engajado breve
De uma couve de tenras folhas com manteiga e pães
Que nos causam fome nas manhãs e inanição nos lençóis
É aí que paramos!
Ponha na lenha comida pela chama
A lenta e sempre moça de pijama
Rota de ternuras, sem furos ou muros
A nos compelir, a nos retocar, a nos importar
Confidencie aquelas não mais cerradas janelas
De um dia em torno do lampião aceso.
Segue o curso de uma história repetida
Por vezes até medida, ignorada na ida
Captando no torque da lenta marcha
A caixa de surpresas, intrínseca em nós
Neutralizando, varrendo, nutrindo e ativando a voz.