Que o tempo nos transporte

Nos dias antigos, vivemos nossa paixão,

aflorou nosso amor e cultivou-se o desamor.

Foram tantas madrugadas loucas,

Tantos dias palpitantes, era assim...

Quando estava aqui queria muito estar contigo,

sentia saudade de ti e me batia uma vontade imensa

de encurtar a distância, ficar juntinho com toda intensidade.

Sabe como é, do nosso jeito, do jeito dos amantes,

Apertadinhos, beijando, sorrindo se abraçando.

Mas como é estranho o querer, um mutante do espaço,

quando juntos não sabia ser como tanto queria,

sempre achávamos motivos para brigas,

motivos tão tolos nos afastavam, era muito triste.

Ficava imaginando sempre como tudo aconteceu,

mal compreendia a razão, o motivo,

mais uma vez distantes, tristes,

quantas vezes separados...

Quantas vezes por dias insistíamos em descobrir

como tudo havia começado, mas qual nada,

era sempre mais um motivo de brigas, discussões.

E depois de acertos curtos, efêmeros.

Hoje mais de vinte e cinco anos depois somos tão diferentes,

As antigas brigas foram trocadas por calmarias,

o casamento por um divórcio, os filhos cresceram,

mas estranho como nosso amor hoje é de paz.

Estamos separados sim, mas nossa amizade é tão grande,

nos preocupamos tanto com o outro,

nos compreendemos e nos falamos coisas que nunca ditas.

Estranho o poder transformador do tempo.

Eu ainda sonho com você e creio que também sonhe comigo.

Sonho com o tempo que nos transforme a ponte de nós transportar um para o outro novamente.

Teresa Azevedo
Enviado por Teresa Azevedo em 20/08/2009
Reeditado em 28/02/2018
Código do texto: T1764781
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