Reverência à Palavra

O avesso do avesso

Que tinge, que mancha, que fere, que quase cala.

A renúncia da essência

Que mata, que assombra, que enche, que abala.

A omissão dos sentidos

Que pede, que marca, que prima, que entala.

A perda do brilho

Que pasma, que ecoa, que paira, insiste.

O medo do incerto

Que teme, que treme, resfria, resiste.

A pedra do abismo

Que usa, deturpa, acerta, atinge.

A luva do tempo

Abriga, reúne, instiga, respira.

A idéia da vida

Errônea, falsa, equivocada.

O tudo no espaço

Preenche o nada.

A obra e a noite

Resplandecem.

Sono e poeta

Adormecem.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 16/06/2006
Código do texto: T176460
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