A JANELA ABERTA
 
A janela aberta refaz o ar que se acumula,
Relembro o tempo em que dormia encarcerado.
O mal que fiz foi servir em prato sujo,
Mas o desespero era grande contrariamente ao tempo,
O curto espaço de tempo entre o medo e a fome.
Fui coberto pela vergonha da hipocrisia,
Mais fortes eram os gritos dos que tinham a dar,
Menores eram os favores que se fartavam em negar.
Fui preso pela ganância dos afortunados, pobres homens ricos.
Um meliante indeciso entre a verdade e a aparência.
Venceu a poesia guardada de infância, uma herança da vida,
Porque a morte será bem vinda quando a vida,
Rejeitar um verso de amor a uma alma carente.
A janela aberta me salva da escuridão e do medo,
Sou cria do tempo onde a cor do ouro, reluz a dor.
Sou cria rejeitada porque sai do amarelo febril,
Para o branco clarear de um poema que nasceu do espírito.
Foram almas que deixaram um sorriso em noite de festa,
Encheram o quarto de uma felicidade que acalentou a noite,
A janela estará aberta todos os dias porque hoje nasceu a esperança.