A loucura do poeta.

A loucura do poeta.

O que me assusta não é preço alto do pão

Nem o avanço criminoso do capitalismo

Nem as armas nucleares em desenvolvimento

No Irã ou na Coréia socialista do norte

Nem me incomoda o atraso religioso do oriente

Se há conflitos étnicos africanos,

Se ainda católicos e protestantes se matam na Irlanda

Nem da luta infinda do torá e do alcorão dos muçulmanos.

Não me importa a tirania de Hugo chaves

Pouco sei dos valores e dos sofrimentos dos iraquianos.

Se qual país será o próximo a ser colonizado pelos americanos.

Sou poeta e para tal oficio não requer sapiência universal

Sei da lavora e do tempo, perceber um temporal

Não sei das coisas sagradas, pouco rezo, sou mortal.

Mais sei de uma coisa apenas, que é viver por igual

Alcançar cedo ou mais tarde um céu cinzento real

Para descansar meu espírito de correr atrás do sal.

Nos braços da musa certa, não temer a dor nem mal

Colher a vinha seleta, recitar do meu o poeta um poema visceral

O poema dos doentes, dos pobres fracos dementes, eis meu destino fatal.

Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 18/08/2009
Reeditado em 18/08/2009
Código do texto: T1760682