no quarto frio, solidão...
Tudo dorme, eu, no entanto olho o espaço sombrio.
Silenciosamente, apenas de vez em quando,
o ruído de uma lagrima cortava o silencio.
E naquela solidão, naquela altura que os olhos se perdiam,
nem mesmo a certeza de estar viva me alegrava.
Eu só tinha minha força interior e minha capacidade de superar a angustia.
Estava num canto chorando, como um animal ferido de morte.
Não queria jamais olhar no espelho e encontrar aquela expressão,
minha mente lúcida e minhas lágrimas quentes...
Pedia em meio a soluços de choro teu regresso,
mas apenas as lembranças passavam com elegância fina
entre as folhas frias de papel que recebiam essas palavras.
Ouvia sua voz ressoar no vazio do meu peito
e sentia o perfume de jasmim de uma noite
em que eu o quis tomar nos braços e me contive.
Procurava uma paisagem mais serena,
onde as águas mortas lavariam minha alma,
mas ainda estava só, no meu quarto frio,
sem você para me aquecer.
A lembrança do seu beijo já faz parte da minha boca,
meus olhos só vêem você porque você está impresso neles,
é como se tudo o que eu visse tivesse que partilhar com você,
e onde meu coração estiver ele estará sempre batendo por você,
pronunciando seu nome!