Sempre olhe, para , atrás ...
"Ninguém é igual a ninguém.
Todo ser humano é um
estranho ímpar"! (Callena)
As cores pululam aos
olhos atentos , curiosos
olhos que fluem ...
numa só direção ...
Afastam-se um pouco
aproximam-se também
a cabeça se inclina delicadamente
um pouquinho à esquerda
um pouquinho à direita
A tela e as cores, mantinham-se serenas
mantinham-se íntegras, elegantes ,
silenciosas, num momento mágico
nem momento de total entrega...
A tela se envaidecia da delicadeza
com que as mãos a preparara,
as cores se envaideciam do encantamento
de tantos olhares... e dos pinceis
O observador , inebriado pela
beleza , tenta falar com elas
contudo , seus lábios quedam-se
dá um último olhar e...
com um giro, no calcanhar, acha a saída
pensa em olhar para atrás , mas não o faz
e vai saindo da galeria , cabisbaixo...
...ouve um barulhinho. Para!
Percebe um se mexer inquietante,
olha para atrás.... encabulado,
vê as cores e a tela, agitadas ,
empurrando-se, acotovelando-se.
um espaço , vazio, no meio...
no meio da tela se abrira ;
uma micro clareira diferente;
e ele , fincando o olhar
viu-nas sorrindo ,e , no vão já não vazio
uma palavra , apenas :
... VOLTE !!!
:::::~~~~oooooOOOooooo~~~~:::::
POSTAGEM:CALLENA, 17/08/2009
P.S- Criação e escrito num catálogo , no museu do Louvre , em 31 de dezembro de 2008 , às 15:30 , horário de Paris. Callena.