Verdades Mudas
Não posso mais fugir
Fingir não nos bastará
Nunca soube me enganar
E nem a ti serei falsa
Uma vez aberta a caixa,
A verdade é irreversível.
Guardá-la-ei em meu segredo
Acompanhando o silêncio teu
Pois acima de nós há
Tantas e tão maiores coisas
Que sequer sonhos admitem
Tudo o que nos resta
É este tamanho – respeito
Já suspeito no pulsar – omitido
Num sorriso sem olhar – distante
E só – te tenho respeito
Só – te quero feliz
Dar-te-ei tudo aquilo que precisas
Não o que queres – sem admitir
Serei tudo – o que cabe
Neste ilusório papel
Plana e linear – Serei eu (?)
A plenitude não nos cabe.
Não quero te ver – em pseudocontatos
Amargurando pecados sequer cometidos
Por segredos soprados, selados
Por beijos proibidos, jamais trocados
Em sonhos incabíveis à tua ingenuidade
Partiu-se em silêncio – as verdades mudas.