DE OLHO NO PORTÃO

Depois de um dia enfadonho de trabalho, lá está ela,

De olho no portão!

Por que será que muitas pessoas gostam de um portão ou janela?

Será que a curiosidade é tanta, ou a rua lhes trás a tão desejada, volta à calma?

Uns vão e outros voltam, outros fazem fofocas, os casais de namorados se abraçam fazendo juras de amor. Esquecem-se do olho da curiosa que, talvez não seja só curiosidade, está também à procura de alguma coisa.

Do seu bem amado que não vem, da paz que perdera durante o dia, de uma palavra amiga ou talvez até de um anjo, enviado por Deus.

A cabeça está cheia, a angústia lhe sufoca, a dor lhe consome a alma.

Baixinho ela exclama:

-Oh! Deus, não encontro o que procuro, talvez seja melhor contar tudo ao meu leito amigo.

Ele já está acostumado com tantas reclamações e sempre lhe responde:

-Não te ajudo, mas também não te atrapalho, apenas ofereço o meu ombro amigo.

-Pode chorar!

E então ela chora. Amanhã será outro dia, talvez até muito diferente.

Mistério do destino!

07/10/1997

Djanira Campos
Enviado por Djanira Campos em 14/08/2009
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