Os Três Desejos


Astros cada vez mais dispersos cujos brilhos raramente coincidem e se tocam... Órbitas afastadas de olhares muito além do distante. Profundo, remoto querer de sempre estar por perto...

Um deserto sem oásis, é te ver sem poder te falar... Parece que a vida parou entre o ensinar e o aprender, nem trabalho restou. E ainda havia tanta curiosidade em nosso olhar...

Enquanto isso uma lágrima insiste em rolar e ir além. Ir além pode ser amor. Algo mais longe para chegar...

Mas naquela caminhada correra tudo bem, até que alguém sentiu falta de alguma coisa, que pensou estar com a gente, mas não estava... Não estivera, nem nunca esteve, e por certo jamais estará... Jamais é muito tempo, é assim como se fora nunca... Nunca também é muito tempo.

Ainda assim, entre o jamais e o nunca, ainda restaram três desejos: Comer, dormir e fazer amor. Mas não necessariamente nesta ordem...

De todos os desejos que restaram, todos eles seriam muito simples de realizar não fosse um deles. Justo aquele que se põe imposto a regras e tabus, regimes ditatoriais e quase tirânicos, que acorrentam todas as almas, fazendo surgir mais um desejo dentro de um dos desejos, tão básico quanto os demais... Respirar.

Respirar é também se alimentar, mas passa a ser visto como proscrito, interdito, circunscrito a regras, que geram conflitos na amplitude entre o pecado e a inocência do teu e do meu desejar.

Por que não conjugamos simplesmente o verbo amar?

Ibernise.
Indiara (Goiás\Brasil), 14AGO2009.
Núcleo Temático Filosófico.
Direitos autorais reservados/Lei n. 9.610 de 19.02.1998.


       



      

     
Ibernise
Enviado por Ibernise em 14/08/2009
Reeditado em 16/06/2012
Código do texto: T1754305
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.