Recado ou A louca e a santa
Você pode ter sempre o melhor de mim, a minha porção mais suave...Desde que você queira.Solfejo lindas melodias para lhe enternecer, encho de cores a sua manhã, ponho em sua boca o manjar dos deuses...É só você cuidar bem de mim.Simples assim.
Pois quando eu me zango, minha fragilidade e doçura transforma-se em força.Descomunal.Movo com fúria as águas dos rios, dos mares, cuspo lava, ribombo...A brisa converte-se em ventania num piscar de olhos meus.
Não estou sob o seu controle.Presunção sua pensar que sim.
Beijo e arranho.Mordo e assopro. Minha natureza é íntima e mais ainda são os versos dos quais me vali: “A mão que afaga é a mesma que apedreja". São "dos Anjos".Mas podem ser infernais também.
Por isso, não me provoque.Sou vermelha, laranja, amarela, verde, azul, anil e violeta.Com cor-de-rosa, dou choque.
Você tem a faca, o queijo e meu coração nas mãos. Trate-me com carinho, Homem! Sou fêmea, sou selvagem.Sou Mãe Natureza...Eu reajo!
(Maria Fernandes Shu – 14 de agosto de 2009)
Este texto faz parte do Exercício Criativo(EC) "Quando eu me zango".
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