ENCONTRO

Saibam vossas mentes senhores

Que o que se disse às folhas brancas

Em nada acresce o que quisera dizer

E que ficou escondido

Não por medo ou preguiça

Só não se disse a ocasião

Simplesmente porque não se disse

Àquela altura.

E não negam aos ditos outrora

Tempos a muito passados

E das bandas lá da Europa

Aqui chegaram

Aportaram como navios vindos de longas terras

Fizeram dessas paragens seus natais.

Aos primeiros habitantes daqui apenas ficaram

Relatos ditos e distorcidos foram

Maldosamente ou que sabe por nada fizeram

Dos herdeiros hoje apenas temos

Pequenas porções que a justiça não decide

E condena ainda agora aquela gente

Os verdadeiros donos das porções reclamadas.

Se da estrada que vê à frente

Ter a certeza que encontrará

Não dinheiro ou casa luxuosa que garanta

Companhias igualmente importantes que sejam

Ah! Amigo ai ofendes

Então outra placa seguirá.

E assoviando uma canção melosa que seja

Ou um blues antropológico que possam

À frente e sempre à frente levar

Aos amigos, irmãos e conhecidos novos que fez

Nessa estrada da vida que busca

A alma humana conhecer.

E se chegado ao término não ter conseguido

Fazer o quê?

Nenhum lamento será esboçado

Porque viveu e amou com todas suas forças

E foi vencido não por fraqueza ou medo

Foi porque o tempo passou e ele envelheceu e partiu

Foi ao encontro dos antepassados.

silvio lima
Enviado por silvio lima em 12/08/2009
Código do texto: T1749541
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