ENCONTRO
Saibam vossas mentes senhores
Que o que se disse às folhas brancas
Em nada acresce o que quisera dizer
E que ficou escondido
Não por medo ou preguiça
Só não se disse a ocasião
Simplesmente porque não se disse
Àquela altura.
E não negam aos ditos outrora
Tempos a muito passados
E das bandas lá da Europa
Aqui chegaram
Aportaram como navios vindos de longas terras
Fizeram dessas paragens seus natais.
Aos primeiros habitantes daqui apenas ficaram
Relatos ditos e distorcidos foram
Maldosamente ou que sabe por nada fizeram
Dos herdeiros hoje apenas temos
Pequenas porções que a justiça não decide
E condena ainda agora aquela gente
Os verdadeiros donos das porções reclamadas.
Se da estrada que vê à frente
Ter a certeza que encontrará
Não dinheiro ou casa luxuosa que garanta
Companhias igualmente importantes que sejam
Ah! Amigo ai ofendes
Então outra placa seguirá.
E assoviando uma canção melosa que seja
Ou um blues antropológico que possam
À frente e sempre à frente levar
Aos amigos, irmãos e conhecidos novos que fez
Nessa estrada da vida que busca
A alma humana conhecer.
E se chegado ao término não ter conseguido
Fazer o quê?
Nenhum lamento será esboçado
Porque viveu e amou com todas suas forças
E foi vencido não por fraqueza ou medo
Foi porque o tempo passou e ele envelheceu e partiu
Foi ao encontro dos antepassados.