Solilóquios....
A verdade é que não sei
o que me agrada....
penso agora naqueles dias...
que vivi em busca de um ideal de vida...
um outro ideal...
talvez algo sublime
minha busca era naquele momento...
mas que por algo também
não foi levado adiante...
não minto quando digo que sinto
saudades daqueles dias...
mesmo que vividos em meio a vários conflitos
os quais me atormentavam....
não que aquilo que vivo agora
não seja sublime...
tem a sua candura de ser.... sublime também....
sublime é tão quanto
aquele outro ideal....
mas não sei aquilo que me agrada ainda....
ainda busco por ele...
por esse ideal de vida....
a verdade que sei é que não sei...
sobre a minha verdade....
ou será que a conheço e não a aceito?
que penso que seja aquela e não essa que a vivo agora?
ou essa que vivo e não aquela?
não tenho certeza...
algo me falta..
não sei a verdade ainda... a busco... a persigo....
aceito, às vezes....
outras, inquieto-me buscando por algo....
para suprir talvez a minha solidão...
meus momentos a sós.... comigo mesmo....
ou não...
o meu encontro particular e pessoal...
íntimo e só.... sozinho....
só leva-me ao questionamento.... a indagar-me....
não me vejo vivendo isso agora...
num futuro... breve... longíquo ou presente...
o futuro é esse momento...
o futuro de coisas presentes...
'a esperança presente de coisas futuras...'*
até quando inquietar-me-ei longe...
de minha verdade...
de minha plenitude humana...
conseguir-me-ei alcançá-la...
ou já a vivo e não a percebo...
assim vivo... em busca dessa verdade...
que me satisfazer-me-á...
dar-me-á a plenitude humana...
a satisfação plena de vida vivida...
existirá tal sentimento humano?
lá no recôndito da alma
possivelmente....
algo que busco desejando...
o regozijo, ao menos, do espírito....
*Confissões, Sto. Agostinho, Liv XI, cap.26