Eu, na Minha

Adeus, amigo meu!

Vou-me pra longe de ti

Largo-te no anel da juventude, no esplendor do milênio.

Carrego comigo as peripécias, as ingenuidades da estrada,

A excentricidade da flor.

Seguirei meu rumo, sem prumo, sem terço.

Abandono-te no rumor dos teus anseios, sem apólice, nem remorso.

Nego a ti, a companhia de um leme imenso, mais e quiçá, intenso.

Colega ergue-te!

Intensiono flexioná-lo ao mundo, remover as faces indóceis.

Não te permitiria se contigo estivesse agora.

Era hora, homem!

As utopias emanam dos sonhos fúteis, infundados e séquidos.

Não jaz às loucuras dos tontos e dos bêbados.

A morte nos acompanhará.

Seguirei trilhas e milhas a procurar o amor e a paz.

O atroz audaz a primar por lacunas e rouquidões.

Esqueça-me agora, pobre cúmplice!

Esmoreça na rasura de teus versos, nas brochuras, nos abscessos.

Tenra serás a pele de teu inverso, o lúdico, o incorreto.

Pensas em nós, Ó inopioso!

Herdas de mim, a tua mais imensa glória, o teu vértice de sacrifício, o lume na praia deserta.

Sentes no peito, insolente ser!

Seja imponente, não seja impotente no seu miserável dizer.

Sugue a fronte dos insípidos sangues corpóreos,

Tente a lua, imensa, crua e relevante.

Não busque na Terra, a razão de não mais poder voltar.

Caiba em si, de todas as suas rasuras,

Intere-se no âmago das vozes, das taças amargas que a vida entorna.

Alegre-se, pútrido feto!

Amanhã, tu estarás na tua vida.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 13/06/2006
Código do texto: T174693
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