Ops!

A gris abateu

O feriado da mente sacou armas, armou feridas

Posta a vida em chamas acesas, labaredas

Queimando o vil, outrora viril; cego, roto e gentil

Pesado fardo no exsudado sangue, efusivo e ausente

Madrugada mal rogada, carnificina

Imposta e sem querer... um cordeiro, mil

A regar, os cálices entornados na maldade, no afã

Não havia pecado!

O gosto era apenas o cheiro da língua, a saca das meias, as tenras teias.

Desejo, afago e afeto, fadas de injúrias... desafeto.

O intenso ruboriza o leito, um peito

Falta o jeito, o hostil ou a pétala, o dúbio

Escoam as horas, inquietas e devotas

Aplicam o tédio às veias loucas de luxuria

Escaldantes, verdadeiras, murmurantes

O cão do homem a expor seus medos, séquidos temores

Na pilha enferma, saliva, pêra dos sôfregos

Sem rugas ou dentes, pesares seqüentes

Puseram-se a estancar, mero desconforto , passageiro

O ali e o descontar, a despir, a acenar

Não havia descanso!

Era o pêlo em novelo, calcando a âncora, desvelo

Nem só a cobiça os tinha em plenitude

Nasciam em vales e cumes, açoitavam estrelas

A noite a escapulir em tons de violeta, pudores olivas, amarelados.

Santa misericórdia!

Nem resquício, nem apelo

Pupilas a saltar, retomada em desafio

Em três, jaz as quatro, sem tempo

Seiva em correria, em tona, andarilha

Não havia consolo!

Pudera ser. Cerraram, poliram as arestas

Penitência!

Regidos os espíritos pelo leme incluso, tônus em desleixo

A pele fora apenas o sustento vital

E o mal, encarnado em tantos, expirou-se no quintal.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 13/06/2006
Reeditado em 12/10/2007
Código do texto: T174677
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