Divagações ao meio dia

Da minha mesa, olho pela porta de vidro e vejo o sol brilhar um tanto encabulado, nuvens se amontoam e compõem desenhos algodoados no céu. Deixo-me levar por devaneios voltando aos tempos de criança, quando me deitava no gramado de casa por horas a fio, só para observar as idas e vindas das nuvens formando figuras mutantes, as quais eram personagens de inúmeras histórias que criava mentalmente.

Um vento frio penetra por entre a fresta da porta e me faz pisar novamente em terra firme. Aproveito meu horário de almoço para deixar minha mente se perder em divagações, apesar de que perdida estou sim, mas atrás do amontoado de papéis e processos sobre a mesa.

O silêncio é quebrado pela chegada de uma cliente na recepção. Ouço as detalhadas explicações do atendente sobre os procedimentos técnicos para cada tipo de serviço e admiro-me por ele conhecer tanto do que faz.

Penso por mais um minuto na colega que perdeu sua mãe esta madrugada.

Coisa horrível é a dor da perda...

Uma mãe é algo imaculado, difícil aceitar viver sem ela.

Nossos dias são assim: surpresas boas, tristezas cruas, lamentos sufocados, prazeres ilícitos, desejos explícitos, carências loucas. Um amontoado de emoções nossas e de outrem, com as quais lidamos diariamente, porém, há uma certeza de que Deus sempre nos dá o melhor sempre, mesmo que seja tão difícil de compreender, muitas vezes, Suas razões.

Teresa Azevedo
Enviado por Teresa Azevedo em 10/08/2009
Reeditado em 04/06/2020
Código do texto: T1746527
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