CONVITE

Dos subterrâneos individuais

Inda pouco trouxera

Não lamentos ou esperanças pueris.

Da criança que chorava ao longe

Um lampejo de esperança via

Queriam suas lágrimas carinho ou repouso?

Terminado o dia que nascera nublado

Qual noite chuvova pregressa fora

Enfeitada com sua mais bela vestimenta

Pra princesa não faltava nada.

E interessados olhos olhavam

Não com o interesse do lobo faminto

Apenas admiravam excelsa beleza.

Se a Beatriz grande obra fora dedicada

E por Helena nações lutaram

E Ulisses que por dez anos

Mar e tempestade enfrentou

Pra um dia nos braços de Penélope deitar.

Inebriados com tamanha beleza

Homens poderosos seus reinos perderam

E ao fim e ao cabo da derrota certa

Vencidos pelos segredos da paixão foram.

Foram infantis ou fantoches?

Questionaram alguns

Sem uma resposta certa e convincente

Dirão somente que amaram.

E Pessoa e Álvaro de Campos

Do Tejo viram partir

Muitas naus e homens e sonhos.

E lá no cais ficaram

Os amores conhecidos e secretos

Pra uns a promessa da volta

Pra outros a certeza da lembrança.

E da pena que estimula a escrita

Palavras possam expressar

Não a dor que corroe e doi

Mas sim a verdade do momento.

E já tendo alcançado tal intento

Obstáculo se houve foi vencido

Não por mérito apenas da coragem

Mas porque o que se viu

Saiu das melhores das intenções.

E se Pessoa aqui foi lembrado

O foi somente porque conhece a alma

Não de um ou dez que seja

Mas de um coletivo

Que chama humanidade.

E como o barco

Ao inicio volto

Não para encerrar e recomeçar infinitamente

Apenas para ter a certeza que é na partida

Que se programa o retorno.

E se algum direito é reconhecido

Que seja o de estar entre amigos.

silvio lima
Enviado por silvio lima em 08/08/2009
Reeditado em 13/09/2009
Código do texto: T1742746
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