DEVANEIO

Ao Sul do meu corpo

Um sopro de vida latente explode

E sabem outrora os sonhadores

Que controlar tamanha agitação

Ninguém pode.

Questionado o que desejava

Em resposta aos habitantes do mitico Olimpo,

Aquele que aqui pensativo andava

Nenhuma palavra sua boca soltou.

E lá do pico de elevada montanha

Ereto e sabedor do que dominava

Não como Rei ou conquistador

Em cuja mão espada não empunhava

Apenas e tão somente um querer bem

A todos os viventes que como ele aqui vivia

Assim era sua existência.

E transcorrido tempo sem uma carta que fosse

Nada lamentava a ti e a ninguém

Aos senhores que outrora guerras travaram

Lia no tempo da história

Quanto se perdeu de risos e alegrias

E vidas ceifadas foram

Em nome de um premio desconhecido.

Para quê e por quê?

Responda que souber.

E do dia que se inicia radiante

Assim queiram os amantes do saber

Não desnudam vãs filosofias

Ouvidos moucos não ousaram escutar

Aquele que da montanha descera

E caminhou entre outros do seu tempo

E no crepúsculo da sua solitária militancia

Nos garantiu Zaratustra e outros mais.

A primavera que promete flores

Quem sabe desperte também

Saudades e amores esquecidos

Sentimentos que somente os amantes tem.

E do livro que repousa na estante

Poderá a esmo retirar

Uma palavra ou frase que seja

Uma dedicatória lá esquecida

E lembranças novas surgirão

E ao fim daquelas reminiscências

Ver-se-a que o tempo passou

Dando-nos apenas o privilégio do registro.

silvio lima
Enviado por silvio lima em 07/08/2009
Código do texto: T1742486
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