TEMPESTADE
Eu sou a tempestade quando você está em mim.
Sinto os raios atingindo meu cérebro, os trovões estremecendo minha
alma.
Sinto-me inundada, quase morro, depois vem minha própria lama, é preciso tempo para que eu consiga habitar-me novamente.
Sou tempestade no deserto, quando fecho meus olhos por tua causa, que remexe meus fatos.
Sou tempestade quando doo ao mundo aquilo que já não suporto mais conter em mim.
Detesto rosas, lembram-me o homem que quis me matar numa noite fria, em água tépida.
Sou mais.
Sou maremoto quando te afogo.
Terremoto quando destruo.
Vulcão quando fazemos amor e meu mel escorre quente apenas para você.
Sou eu e uso a terceira pessoa.
Sou um mistério para mim mesma.
Assusta-me o que penso e corrompe-me o que sinto.
Sou minha última notícia e a mais antiga dentro do universo que sou.
Sou mãe e sou filha, e estes dois extremos me alucinam.
Sou gentil e tenebrosa.
Nem sagrada nem profana.
Sou o inverso.
Uni versos em fogo e surgiram labaredas.
Crio meus filhos para a morte e constatei isto antes de tê-los.
Sou meu próprio inferno e meu céu.
Erro, acerto e erro outra vez...
Amo e odeio as mesmas pessoas.
Outras, não existem dentro de mim.
Entendo tudo e de repente já não compreendo nada!
Nunca fui calmaria e isto me desola.
Sou clara e em seguida redundante.
Sinto medo de minhas contradições, mas não posso escapar de mim
mesma.
Sou simplesmente humana, o que é formidável.
Sou apenas mais um número o que me transforma em estatística.