Se o tempo existisse,
se fosse coisa real
assim como a areia que escorre p’los dedos
ou como o vento que nos agita os cabelos,
se fosse grande como a luz
que existe fora e dentro de nós,
se o tempo não fosse uma fábula
inventada por alguém sem talento p’ra se dar,
amar, abraçar, caminhar de mãos dadas
sentindo os respingos das ondas...
talvez eu sentisse falta de tempo
e o admitisse absoluto, verdadeiro e mágico.
Porém o tempo arde,
não como incenso que se exala para o alto e nos eleva
mas como fogo fátuo
expelido dos gases provindos de esterco em putrefacção

Não tenho falta de tempo, não!
O tempo é este momento
em que te abraço e estou contigo
em comunhão!






11/06/2006