Amor d’além mar
Chora a viola
no meio da tarde calorenta.
Seus acordes me trazem imagens fugidias.
Nem sei se queria recordá-las agora.
Chora a viola insistente...
Sem dó, toca as cordas do meu coração,
fazendo-me lembrar do amor que eu tive
e se foi, como os acordes desta canção.
Deixou em seu lugar o silêncio que
a viola malvada rompeu agora,
agora, no meio da tarde calorenta!
Ao som da viola, a chuva cai lentamente
como o pranto que nem eu sabia que ainda guardava.
Uma lágrima dança ao som do fado e,
de mansinho, alcança meus lábios.
Seu gosto amargo
fez-me lembrar que você foi embora
e eu, de você, lembranças ainda guardo,
como o triste fado chorado, de repente,
no meio da tarde calorenta.