Dor de riso

Atenta à vida e ao mundo em si,

caminho sozinha numa estrada

apertada e quase sem gente,

é um certo caminho de cartas

pareço uma dama galanteada.

com poder sem poder,

com rei sem o ter...

qual caminho ?qual estrada?

hei-de eu percorrer...

e quanto ás curvas que hei-de fazer?

solto um riso meio nervoso,

solto à dor uma certa molesta.

é um riso meio interior...

é uma certa fruição.

de côr não sei o caminho,

de côr não começo meu coração..

que me engana vezes sem conta

que enfado!

sinto fogo pouco lento

sinto fogo pouco vivo...

mas quero atravessar tanos percursos,

andar sem parar, só não sei se consigo!

mas desejo alcançar, com certa impaciência,

como um comboio acelarado fugindo

apressado.

sem saber exatamente qual o rumo desejado.