Escorpião

Não temo tocar-te...

> Por mais que tudo em você me indique "perigo"

> Nem temo tê-la próxima de mim

> Por mais que o risco seja grande

> Por que ainda que seja eu ferido ou picado

> Ainda que receba essa inevitável ferroada

> Gozarei o momento que antecede à morte

> No delírio do torpor do teu veneno...

> Quando ele, entrando em minha carne

> Fizer meu corpo então já febril e ébrio por vontade,

> Tornar-se lânguido e ofegante....

> Ai! sim...como seria doce o sabor desse teu veneno,

> Que por mais amargo dentro de mim, como fel

> Em meus lábios, sentiria o doce do mel,

> Se como ultimo ato, teus lábios fechassem os meus num beijo.

> Não, eu não temo mais me perder...

> Se os labirintos de que fala, forem os recônditos do teu corpo

> Os espaços da tua pele, que eu percorreria lentamente.

> Mas não quero a chave, pois sei que essa, ao contrário do que dizes...

> Me libertará...

> Então como posso querer tornar-me ciente do "segredo"

> Se é justo este, o que me prende a você.

> Ainda, são em mim limitadas, as palavras que digo a você...

> Ainda são dosadas, por não saber até onde me deixa ir

> Mas ainda assim, as lanço bem alto no vento

> Pode ser que ecoem, no teu pensamento

> E mais uma vez, possa encontrar teu prazer.

Moisés Lopes
Enviado por Moisés Lopes em 01/08/2009
Código do texto: T1731003
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