João Bobo

Entende nada

Fica com aquele talvez

Não entendo também

Nem cogitei o talvez

Está bem claro

Uma nitidez que ofusca

Sei que fui além das perspectivas

Fui querer patrimônio tombado

Trombei com a lei

Pior que quis brigar

Briguei

Levo a sério tentar

Perderia o que não tenho?

Grande novidade!

Queria, mas sem saber para que

Que fazer com algo tombado

Brincar de João Bobo

Acho que é trauma

Nunca tive o tal João

Achava a coisa mais estranha

Mas só que agora quero

E daí?

Interação de Ana Maria Gazzaneo

Bota no meio...

Fico do outro lado...

Cães cainam adoidados,

e as flores do jardim daquela casa estão murchas...

Alguns maracujás se acham dependurados na cerca.

Que eu me perca nestes pensamentos tolos...

Rolos de arame farpados deixam ali no canto...

Quero cerca de risos...

Andar no impreciso das vivas emoções...

Caçar siriri...

Ir por ali e te surpreender na esquina...

Menina sem medo do enzima...

Monstro da cara preta...

Toca a corneta o anjo da boca torta e...

Olha só a chuva destas letras...

Reguem tua imensidão de sonhos...

João bobo pra cá...

João bobo pra lá!