Alma Morena
Para onde caminha essa alma morena, que deixa rastro de açucena com mistura de mato seco, orvalho na floresta de cedro.
Onde será que vai com toda ginga, nesse rebolar que encanta o moço, ele traz no bolso o fumo de rolo e o cigarro "fedido" faz espirrar a criança.
Espiral social, familia em cascata, em meio ao despertar soturno, seria em saturno?
Sem anéis, é soturno...
Alianças de ritual pagão, é marca de posse, marca de gado na pele alva de uma menina qualquer, que é pura e jovem.
Talvez pele de senhora, enrugada como escama do peixe, pescado pelo moço, que joga o cigarro na mata, faz fugir a noivinha.
São tantos os cantos que uirapuru fica calado, nem maritaca escuta-se, calada, de susto.
Na sombra do ipê a magia da dança, são folhas bailando, cobra serpenteando, poesia disfarçada de prosa ou crônica disfarçada de canto. Confusa, a rima desata.
Para onde caminha essa alma morena...