CHAMAM-ME SAUDADE

Eu sou o que todos podem e poderão sentir
Às vezes causo alguma dor, mas ela não mata,
Em outras vezes sou de tal doçura
Que me pedem para estar presente,
Para não se esquecer de se lembrar,
Para com palavras descrever o que eu represento
Até me pedem para não adormecer,
Para que eu amanheça assim como o sol
Que nasce a cada manhã iluminando o dia.
Eu sou cantada e decantada por todos
Que têm um coração sensível e que ama
Especialmente à distância até sem a esperança
De um reencontro, de estarem juntos,
Mas de um renascer azul como a paz
E não cinzentos como dizem ser a minha cor.
Eu sou aquela que fica quando o amor se vai,
Quando perdemos alguém muito querida
A quem amamos, até dos que nos deram a vida,
Eu sou enfim alguma coisa que no coração
Às vezes faz sangrar uma ferida permanente,
Mas posso ser ou me tornar apenas
Uma doce lembrança que se quer por perto
Pois sou o que todos podem ter ou sentir
Porque chamam-me SAUDADE!


Brasília31/07/2009
Brasília, DF