No Meio do Nada
Era uma vez, uma casinha no meio do nada,
De aspecto feio, velha e quebrada...
Telhado caído, paredes rachadas,
Pintura sem vida, janelas enferrujadas...
Uma única porta era a entrada,
Ruínas de uma bancada de pedra acanhada...
Trepadeiras, urtigas, joios e sarsas,
Distribuíam-se sobre os cômodos da casa...
À direita, uma folha de jornal velho amassada,
À esquerda, uma moringa espedaçada...
Encostadas em uma parede, uma pá e uma enxada,
Sobre o chão, uma Bíblia desfolhada...
Lembranças de antigas invernadas,
Um tempo de grandes safras...
Uma vez caminho, outra vez caminhada,
Uma vez solidão, outra vez morada...
Longe de tudo ali estava,
O que sobrou de uma vida abençoada...
De mesa pobre, mas de alma farta,
Bem ali, esquecida no meio do nada...