Conversa, aqui.

Porque as perguntas nunca acabam? Porque cada vez mais eu quero te interrogar? Será que pra ter certeza das certezas que você já me deu? Ou pra tentar mascarar as suas palavras e criar a história que eu queria que fosse nossa? Talvez à distância me permita fazer assim. Talvez sua falta de coragem, também permita. Talvez todas as letras que você me manda, todas as notas cantadas, escritas e faladas me permitem continuar perguntando. As brechas existem. A gente mesmo as deixou visíveis, pra quem quiser ver. Então, as perguntas continuam, sim. Mesmo sabendo que te irritam, por vezes. Eu gosto da cara de bravo que você faz, da tua voz sem paciência, querendo rir mesmo assim. E quer saber? A falta de respostas também me irrita, então estamos quites. E aí, nessa hora, já sei que você vai dizer que eu sou mimada e pirracenta e fazer todo discurso de sempre, mas eu já entendi que é tática sua. Pra desconversar. Pra gente rir, da gente mesmo. Da história, da situação e da sua covardia! Porque no fundo amor, é disso que a gente ri: da gente. As minhas risadas são uma mistura de tudo que é nosso: os sorrisos passados, os sorrisos que compartilhamos separados e os sorrisos que eu projeto pro futuro. Porque a nossa trilha permite que a gente planeje o amanhã. Você daí, eu daqui, imaginando juntos o [re]encontro. E ele já teve um tanto de versão, né? Eu gosto de pensar em todas juntas. Gosto mais ainda quando a gente pensa junto. Imagino, às vezes, como podemos ser felizes assim, pela metade o tempo todo. Tendo tão pouco um do outro. Sei que você queria mais. Você tá quase careca de saber também. Mesmo assim, a gente continua: alimentando nossos causos de amor. Uma das minhas perguntas, ainda sem resposta: como a gente consegue? Ai você sorri, do jeito mais bonito, o que eu mais gosto e responde: Pra que tentar saber dos porquês, amor? A gente já tem o nosso suficiente. Ai você me arranca as palavras, e eu fico muda: namorando você, daqui.