Minha visão

Horizonte assaz esplêndido.

Entre a janela, o sol me é o universo.

Como nunca, vejo-o reluzir dentre meus olhos:

No sol vejo olhos;

Nos olhos, o sol.

Infinito é meu pequeno olhar sobre o mundo.

Ele vê coisas insignificantes, deslumbrantes;

Vê o pássaro que cruzou o céu sem visão.

Não mais como vejo, sinto-me os olhos

Como se pudesse os tocar como as mãos.

E cada vista, cada estrada, cada lágrima,

É-ma presa à memória, como um retrato.

E não os tirarão daqui, nunca...

Pudesse contar o que vejo, falaria dias de mim, disso, daquilo outro,

Entretanto, jamais expressaria o que vi:

Isso me é tão pessoal que chega a não existir;

É um pedaço do meu espírito calmo;

Um pedaço da minha passagem -

Da minha história. Enfim,

Do que Sou.