O jardim
Estive em distantes caminhos... Mas, tu estavas sozinho...
Tu andas sozinho... Já estás nas linhas da exatidão.
Corro em círculos... Circulo em tua direção...
Não notas as notas... As cartas marcadas, nos deslizes das mãos...
O vento vem a rodopiar os meus passos... Vou aos céus... Um espetáculo... Véus...
O dia acontece assim: nas palavras tuas... Na pele nua... Nos teus contos... Cantos da esquina, nos quais estão as nossas linhas...
O não perceber o dito... Cada dia mais bonito... Em cada volta, mais perdido...
E a vida continua... Tenho pouco tempo... Já nem existo...
O que dizer-te a mais... Se ouves apenas o teu dito?...
Ficaria doce... O jardim...
Já não importa... Se encontro, nas minhas vestes, outros adornos...
As mãos que norteam o meu desejo pelos sonhos... Rondam os meus joelhos... Abrigam o meu choro...
E, se por ventura, morei em ti... Já foram águas... Léguas... Tréguas... E fim...
O lugar que percebi era outro... Existiam heras... Existiam pedras... A casa de pedra...
Ficaria doce... O jardim...
O gosto que saiu pela porta... As janelas que envolveram as cortinas... Uma escada aos sonhos febris...
Um fôlego ganho a cada palavra escrita... Ditam os recuos daquilo que não acreditas...
Meu corpo envolto pelas palmas alheias... Minha pele serpenteia o que escondo de mim...
Mas, ficaria doce... O jardim...
10:40