[Tela Branca da Mente - Despertando]

... e foi assim, cabeça vazia, corpo dolorido, sensação de ter travado uma luta contra o quê... não sei... Esquisito, angustiado, mas sem um motivo óbvio! Examinei compromissos de ontem - não havia nenhum; pensei em promessas que eu teria feito - não fiz nenhuma; dívidas - nada, nenhuma - por que este peso, essa sensação de haver cometido... um crime?!

Na existência, uma coisa é certa: nem sempre a gente tem memória das vivências do território dos sonhos - ao amanhecer, o sonho claro, terrível, sufocante, apaga-se, e a tela do "cine-teatro" da mente onde, ainda há pouco tempo, passava um filme, agora está branca... ainda bem!

Ou seria preferível passar, ao vivo, em vigília, os sofrimentos do sonho? Algo semelhante acontece quando certos pensamentos obssessivos insistem em girar, girar, girar sem cessar no carrossel da mente?!

E tal como em certas tramas da vida vivida, experienciada, não é sempre que se escapa ileso, incólume de viagens pelo território dos sonhos.

Falei o óbvio? Falei sim. E não me importo - para isto escrevo, para abrir vávulas de alívio - sem me importar se falo do óbvio ou não - basta que algo me incomode, um sonho que fugiu da memória, por exemplo, e suscite a pergunta: "por que estou estranho diante de mim mesmo?"

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[Penas do Desterro, 22 de julho de 2009]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 22/07/2009
Reeditado em 10/07/2012
Código do texto: T1713132
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