Consciência?!
Parede descascada, copos trincados, porta semiaberta. Triste,
o ponteiro do relógio não anda para trás.
Flores murchas, aquela blusa desbotada. Rabiscos agora sem nexo, em
páginas amareladas.
Frenéticas luzes piscodélicas ao som da dor.
Cabelo embaraçado, margaridas na lapela, céu cor-de-rosa, estrondos que matam.
Arianos que ditam moda, carros que passam e não voltam.
Salas fechadas, tóxicos á força, crianças que não crescem.
Rios vermelhos, silêncio.
Almas violadas, corpos caídos. Demência coletiva.
Deus com olhos fechados.
Havia esperança, hoje apenas não há.
Lágrimas, silêncio, átomos isolados. Monstros de asas.
Vida, pequenos na varanda, senhores olhando, casais, aquele cachorro, árvores, lago e sonhos...
...vida que há, pena. No céu, pedaço do inferno caindo. Baque.
Vácuo, paredes imensas de pó e almas subindo. Vácuo e dor...fim do corpo, fim de tudo. Fim...
Hoje democratas, burocratas, presidentes. Crise.
Pândemia, fome, bombas...mas temos hoje, algo que não tínhamos:
Consciência?!