Caminho...
Olhei as estrelas, logo cedo... O beija-flor, em roda, a circular o caule da flor-de-maio... Em dois tons...
Um a golpear o néctar... Outro a querer afago...
O respirar fica lento... As mãos procuram o rosto... Os lábios dizem palavras soltas... O peito a latejar o sentimento guardado...
Assim, a madrugada passeou e o amanhecer foi buscar cada palavra dita...
O falar em céu aberto... A novidade que clama... Eu envolvida entre as cobertas... Coberta pela preguiça... E a vida correndo lá fora...
Mas, quero apenas o som da tua boca... Lamber-te as palmas... Aplausos... Ser cúmplice dos teus disparates... Ser teu avesso... Ouvir-te é mágico.
Cuido-me, agora. Não posso correr o risco da entrega solta... Mas, o dia beija baixinho... Diz que a montanha chora um fio d'água...
Olho, então, o morro rendado... Banho-me, nas gotas dos teus relatos...
Uma cena apresenta-se... O filme e sua estratégia de parecer verdade... Muitas imagens, num segundo, serão movimento... Eis o truque do cinema...
Os olhos veem mais do que a tela... Mas, recorto apenas o que sinto... Faço desse amor o mais bonito...
E espreguiço em teu corpo... Sou o bumerangue do retorno... Sou o morcego a desviar do foco... Ou gavião atordoado e solto...
O falar... Das matas... Il nostro percorso...
Volto ao ponto...
11:09