Passagem

Um resto de fachada e uma janela. Paisagem estranha. A ruína sem história emoldurada pelos preenchidos muros permaneceu na memória da mulher como uma vivência. Com os pensamentos vagos entre fragmentadas emoções, por dias chorou o orvalho que corria nas grades enferrujadas de tempo e abandono como se incorporasse a janela perdida de significado, como um buraco entre nadas. Esperava os dias e as noites, esquecida dos interiores, como passagem...

Passagem?

Insegura aos restos, fachada... Quase viva, janela...

Helena Sut
Enviado por Helena Sut em 22/07/2009
Código do texto: T1712953