Vem ( Um clamar)
Vem ( Um clamar)
Tua fome de beijos
Equivale ao meu assaz desejo.
A sede que é teu expresso tormento
É qual o dilúvio em mim nesse momento.
Vem que o pesadelo teu
Faz par com o assombro meu.
Vem que esse calor que te arde
É o mesmo que a entranha me invade.
Vem com tua vontade incontida
Qual meu querer voraz sem ter guarida.
O entorpecimento que a ti faz delirar
É febre que rondando pretende me torturar.
O que te trás tremores e frios
Toma-me em descompassados arrepios.
Vem que os suores que em ti se derramam
São como os meus, alagam, inflamam.
Vem que sou pólvora atiçada
Vem em chamas acaloradas.
Vem que nos assola um mal, um desassossego.
O mesmo sentir que nos toma sem segredos.
Vem que somos do outro a cura
Vem só no amor domaremos tamanha loucura...
Vem...