POESIA DOIDA DE SER
Por minhas mãos se escreve todo dia
um pouco de literatura
um texto mambo desconhecido da cultura
a cabeça vazia de repente transborda
como anúncio de choro
mereja no olho
palavras vão pingando uma a uma
que não as detém nenhuma borda
começam a gritar em coro
eu só as liberto não escolho
Esse tormento todo dia
já repudiei, não quero !
não queria essa merda de poesia
não invoco, procuro, espero
ela vem doida de ser
doida de ser poesia
desesperado busquei mais subjetivo parecer
esse acometimento
assiduidade
capaz de uma pseudo mediunidade
caso de parapsicologia
também loucura
entricheirada in falsa postura
de bom moço
e ouça:
a rima cairá no fundo do poço