Dança
Abri as cortinas... Descobri os teus segredos... Agora, silencio.
Não quero teu rondar em meus cabelos... Ser o vento que procuro, ainda é cedo...
Mas, a música tocou tão clara... Dizia sentir a tua falta...
Meus pés não sabem o caminho... Não sabem andar sozinhos...
Colhi a lua de prata... Desejei cada sorriso...
E pensei que poderia sair pela noite... Colar minha cabeça em teu peito... Ou manter-me distante...
O vento veio arrepiar... Trouxe-me para perto dos joelhos... Aqui, é tudo perfeito... O ventre proteção.
Amo-te... Não nego o fato...
Apenas, sou de outro formato...
Quero a lua... Poesia... Quero o ronronar dos meus gatos...
Quero a verdade entranhada em tudo... Não gosto de gente-labirinto...
Dificilmente entenderias... Que o amor para mim é a melhor coisa da vida...
Sou aquela que te banharia as palmas... Que faria do teu corpo o abrigo... Não existiu nesse mundo um Amor mais bonito...
E a madrugada chega... Com vestes da minha dança... Corro pelo piso frio que marco... Rodopio as moedas nos quadriz...
E poderias ver-me agora... Em vulto proibido... Fazer silhuetas em quadro marcado... Assim terias as formas da nossa imagem entrelaçada... Teu desenho... Meu presente.
Amo-te... Não nego o fato...
Mas, queria-te em face debulhada... Em suor que colheria em minha boca...
E a madrugada chega... Não digas que me amas pela manhã...
É demorar demais para alguém igual a mim...
Puro relato... Um poema-retrato... A nudez de versos loucos...
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