Por quê?
Oh, Amor, por que insistes em me flagelar?
Por que tanto torturar? Por que tanta dor?
Quando o pensar,
Atormentado por lembranças do passado,
Fazem-me balbuciar palavras que não quero.
Sofro... Me desespero.
Quando solapado por memórias que não desejo,
Surge, num quadro, a escória de desprezo.
Invadido por imagens do antes e do durante,
Tento extirpar o figurar ultrajante...
Amor, não te quero! Por ti me anulei, me desesperei, e até me esvaí...
Amor, não te tolero! Por ti menti, matei, morri...
Suma... Desapareça! Vá embora!
Por quê insistes em minha vida participar?
Por quê vens me confrontar?
Sai de mim! Parta agora!
Amor, o que queres de mim?
Por quê ainda vens aqui?
Vá! Siga naquela direção. É o fim!
Não me chames! Não me ames! Estou vazio de ti!