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INTROSPECÇÃO
Um plácido silêncio adormece, nesta tarde, em minha alma. O tenso frio do inverno contrai-se na inércia das horas do relógio da minha saudade. Um sino, ao longe, faz minhas lembranças regurgitarem devaneios latentes, mas ignorados, avisando-me que meus sonhos andam socados nas gavetas da vida. Em meus armários internos, há muito lixo para se jogar fora. Tenho caminhado sem batuta, sem maestro, sem notas musicais, sem importar se faz sol ou se chove. Tenho flores descuidadas nos vasos de minhas pulsações. Tenho janelas abertas nos quartos das emoções. Tenho ausências autografadas no meu coração. Tenho estilhaços de vidraças quebradas em meus sentimentos distantes. Tenho distancias desenhadas nos mapas de minha estrada. Já não sei mais de mim. Já não sei mais de coisa nenhuma. No cá-lice de meu refúgio, resta-me beber o vazio de meu ser para umedecer a poeira de minhas palavras mudas. Não estou triste, não estou cansada, não estou NADA