É nesse devaneio de viver em que me sobro.
Na morte trêmula de tua lembrança,
Encontro o vazio dos teus passos,
Onde não há mais dor.
Apenas uma calmaria vazia,
Insana, perpétua.
 
Viver já me é estranho,
Duro andar e ter que seguir adiante,
Em frente, sempre, sem foco.
Sem direção, sem rumo.
Já não me bastam as lembranças.
Me fogem pelas mãos,
Tão finas e mortas, brancas.
 
Onde ficou perdida a minha paz?
Já não sei mais viver,
Esqueci da vida,
Espero o final da estrada.
Parece ser longa e dolorosa.
Até que no fim chegue,
Vou morrendo na espera.